Ibovespa Fecha no Maior Patamar da História com Cenário Global Positivo; Dólar Cai para R$ 5,41

Ibovespa se Aproxima de 136 Mil Pontos com Expectativa de Dados dos EUA e Discursos de Autoridades Monetárias

O Ibovespa atingiu um novo recorde histórico nesta segunda-feira (19), encerrando a sessão com alta de 1,36%, aos 135.777 pontos, enquanto o dólar recuou para R$ 5,41, ampliando o otimismo dos investidores. Este movimento reflete um cenário global favorável, com os mercados aguardando novos dados econômicos dos Estados Unidos e discursos de líderes monetários no simpósio de Jackson Hole.

A expectativa está centrada no discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, na próxima sexta-feira (23), que poderá trazer novas perspectivas sobre a política de juros dos EUA. No Brasil, declarações de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), trouxeram preocupações ao apontar um cenário “ainda mais desconfortável” com a piora nas expectativas inflacionárias.

Durante o pregão, o Ibovespa chegou a superar a marca dos 136 mil pontos, registrando a maior variação intradiária de sua história. O índice foi impulsionado, em grande parte, pela alta das ações da Petz, que subiram quase 24%, ainda refletindo a fusão com a Cobasi. Em contrapartida, as petroleiras sofreram com a queda do preço do petróleo, com a Petrobras (PETR4) recuando 0,16%.

O clima positivo nos mercados internacionais, impulsionado por dados econômicos que afastam o risco de recessão nos EUA, também contribuiu para a queda do dólar, que recuou 0,99% no Brasil, acompanhando a desvalorização global da moeda americana.

A perspectiva de continuidade na alta do Ibovespa foi reforçada por analistas do BB Investimentos, que veem o índice operando próximo ao limite superior de um canal de alta, apesar de sinalizarem possíveis correções. A expectativa é que o índice possa atingir novos patamares, com resistências em 137.000, 141.000 e até 150.000 pontos, dependendo da continuidade do movimento positivo.

No cenário doméstico, o Boletim Focus, divulgado nesta manhã, elevou novamente a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 4,22% ao fim de 2024, marcando a quinta semana consecutiva de revisão para cima. A previsão para a Selic em 2025 também foi ajustada, subindo para 10% ao ano.

Gabriel Galípolo, cotado para assumir a presidência do BC em 2025, reforçou que o cenário atual é desafiador, com possíveis aumentos na taxa básica de juros sendo considerados para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Este contexto cria um ambiente de cautela, mas também de oportunidades, à medida que o mercado continua a monitorar os desdobramentos tanto no cenário global quanto no doméstico.